Caiu, levanta!

frase blofHoje fui matricular o João Pedro na nova escola, aqui em Vinhedo. Mudamos de cidade em agosto e só agora conseguimos nos organizar para que o pequeno voltasse a “estudar”. A escola já estava ciente do histórico médico dele, mas confesso que fiquei um pouco abalada na hora de preencher a ficha médica. Primeira pergunta: tem alergia a algum medicamento? E tudo voltou à minha mente como num flash back. Bateu um desespero, afinal, nunca saberemos o que causou a síndrome. E isso é um medo que nos acompanhará pelo resto de nossas vidas, que teremos de enfrentar todos os dias.

A boa notícia é que, pelo visto, eu e Danilo estamos conseguindo. A coordenadora da escola nos elogiou dizendo que, ao contrário de outros alunos que passaram por UTIs quando bebês, João Pedro é um menino seguro, destemido e comunicativo porque nós demos suporte para que ele se fortalecesse. Porque em vez de mantê-lo em uma redoma, o jogamos no mundo, colocamos novamente na escola assim que o pediatra liberou, fizemos questão de que ele levasse uma vida normal, com tudo que a vida normal tem de bom e de ruim.

Sim, morremos de medo. Todos os dias. Só eu e Danilo sabemos o quanto nos custa fazer de conta que nada aconteceu e não sair correndo cada vez que o João Pedro tropeça e se estabaca no chão. A vontade é de pegar no colo e não soltar nunca mais. Mas a gente fica firme, olha de longe e diz: “caiu, levanta!”. E ele levanta, cafunga o narizinho molhado do choro e segue, como se nada fosse, como se nada tivesse acontecido, como deve ser.

 

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